Os Hunos pelo olhar dos Romanos
"Eis as causas a que se deve atribuir a origem das diversas calamidades. Os Hunos, povo pouco conhecido dos Antigos, são de uma ferocidade sem medida. Têm o corpo atarracado, a cabeça volumosa e um excessivo desenvolvimento dos ombros. Dir-se-iam animais bípedes e não seres humanos. Os Hunos não cozinham, nem temperam o que comem; não se alimentam senão de raízes silvestres ou de carne crua que aquecem durante algum tempo, colocando-a sobre o dorso do cavalo e sentando-se em cima. Nenhum teto os abriga; vivem no meio dos bosques e das montanhas, endurecidos contra a fome, a sede e o frio, cobrem-se com peles de rato, cosidas umas às outras. Não possuem vestuário para mudar. É a cavalo que os Hunos se entregam a toda a espécie de ocupações. Não desmontam nem para comer, nem para beber, nem para dormir. Seguem em grupos e caem sobre o inimigo, soltando gritos aterradores. Agrupados ou dispersos, atacam ou fogem com a rapidez de um relâmpago."
Amiano Marcelino, historiador romano (c. 330-395)
Amiano Marcelino, historiador romano (c. 330-395)