O anticlericalismo da Primeira República
A República identificou-se, desde o início, com a luta contra a Igreja. O Partido Republicano tinha já organizado, mesmo antes de 1910, uma ofensiva implacável contra o Clero, tentando convencer as massas dos perigos do clericalismo na sociedade moderna, difundindo através da imprensa o ateísmo e outras doutrinas, bem como factos históricos que denunciavam o fanatismo, a inquisição e outros males do passado. Proclamada a República, as ordens religiosas foram imediatamente expulsas, encerrando-se todas as instituições e casas ligadas ao Clero. Em 1911, Afonso Costa decretou a separação entre a Igreja e o Estado, nacionalizou os bens da Igreja, proibiu o ensino do cristianismo nas Escolas e declarou livres todos os cultos.
Ilustração da revista "Novos Horizontes", de 15 de Agosto de 1906, com a legenda "O Clero - Inoculando o ódio ao progresso, à humanidade que nasce"